Sinopse do Livro "Uma Vida e Mais 99 Anos

Temos de prestar mais atenção ao tipo de indivíduo que possui determinada doença do que na doença em si!

Recomendações aos filhos... Dos Pais!

Refleão sobre o Dia dos Pais.

O que é o Perdão e como posso perdoar?

Um outro modo de ver e pensar as coisas...

A Rebelião contra as Redes Sociais!

Compartilhe! Uma refleão sobre o impacto das redes sobre a educação.

Conheça o cenário onde a história acontece

Viaje por Araçatuba e Birigui nas páginas do livro.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A Rebelião contra as Redes Sociais

Redes Sociais - Blog do Asno
Este texto é extenso e é uma reflexão pessoal sobre a educação em meu país. Eu sou educador e conheço minhas responsabilidades. Sou educador por que sou pai e não professor! São coisas absolutamente distintas e eu jamais permitiria que um professor educasse minhas filhas. Também é uma reflexão quanto aos avanços tecnológicos dos últimos tempos e seu impacto na educação. Sou uma das pessoas mais entusiasmadas com a tecnologia e já sonhei em realizar projetos que tornassem a vida das pessoas melhores. Porém, existe uma abismo entre o que as pessoas necessitam e o que elas querem de fato. Poderíamos estar vivendo ao menos cento e cinquenta anos a frente se Rudolf Diesel, Nikola Tesla, Paul Pantone, Eugene Mallove, Stanley Meyer e tantos outros nomes fossem mais discutidos nas universidades e seus trabalhos não tivessem sido desprezados. Estou longe de acreditar na existência de uma rede conspiratória porque há outras razões para que esses nomes sejam desconhecidos atualmente.

Especificamente, escolhi registrar sobre o uso de uma tecnologia muito popular atualmente: o Facebook! Tenho de fazer uma correção antes por que, pelo meu histórico, haverão muitos acreditando que sou crítico desse instrumento. Estão errados! Acho as redes sociais uma revolução. São excelentes ferramentas para Networking, aproximar pessoas de soluções, e até como vantagem quanto ao tempo e o custo que podem economizar. As redes realmente são o que as pessoas fazem delas e esse é o fator que as torna uma ameaça a felicidade de seus usuários. Conheço pessoas que mudaram de vida e conquistaram uma liberdade financeira apenas por utilizarem melhor as redes e também conheço pessoas que reconstroem um estado de frustração todos os dias apenas ao acessar seus perfis. Em resumo, as redes, como o Facebook, não são boas ou más, o uso delas pode trazer satisfação ou desilusão. Por alguma razão exótica, a maioria das pessoas escolhe se destruir dia após dia.

Excluindo-se as pessoas que fazem das redes sociais o seu ganha pão, não é necessário muito exercício racional para perceber que quanto mais uma pessoa mergulha nesse oceano de vazio existencial, mais frustração acumulam. Suas vidas se tornam diluídas em uma ilusão de realidade onde cada um tenta fazer do seu momento um registro de falsa felicidade. A vida com as redes poderia ser muito mais simples e prazerosa. Consigo ver uma esposa que auxilia seu marido perdido no centro de São Paulo a encontrar seu destino apenas com a ajuda do Whatsapp. Vejo tantas coisas maravilhosas que um simples celular é capaz de fazer para melhorar a vida das pessoas, porém, vejo as pessoas cada vez mais infelizes com tanta praticidade ao seu alcance. É a falta de educação que nos condena a essa armadilha. Nem os cientistas da atualidade estão mais preocupados em melhorar a vida das pessoas. Seus projetos agora são voltados a responder a esse consumo ávido de ilusões. Não se projetam mais veículos de baixo custo que não agridem o meio ambiente. O foco agora são os instrumentos que facilitam a comunicação das pessoas. E como é essa comunicação hoje? Uma aberração jamais pensada pelos futuristas mais pessimistas como Adous Huxley ou George Orwell.

Destruindo a linguagem, aniquilamos o pensamento. Aniquilando o pensamento, destruiremos a raça humana. Não será uma catástrofe que nos apagará desse mundo. Será nossa incapacidade de nos comunicar... Por excesso de comunicação!! Desisti de ser professor por que entendi (e não sou o único), que o sistema educacional contemporâneo está emburrecendo os alunos. Mesmo com tudo o que aprendemos sobre o funcionamento do cérebro humano (e ainda é pouquíssimo), existem pedagogos abestados que querem trazer para a sala de aula as redes sociais, a internet, o tablet... Isso não é avanço! É criar um muro de dependência, matar a criatividade, construir uma sociedade colmeia e, dessa forma, sim, patrocinar um mundo onde uma elite domina toda uma massa. Não existe (ainda) um grupo de pessoas más conspirando para que todos sejam burros para que ao final possam dominar tudo... As pessoas estão fazendo isso a si mesmas. Estão construindo os muros físicos da própria prisão que já existe emocionalmente.

Nossa existência nesse mundo se resume a aproximadamente 631.756,8 horas. Sobre um terço disso, cerca de 210.585,6 horas não temos controle algum por que é o tempo que dedicamos ao sono responsável pela manutenção do nosso cérebro. Do restante, uma absurda fração das 421.171,2 horas, nós trocamos por dinheiro por que é o tempo que vendemos a um empregador. Numa situação normal, e para uma mulher, seria equivalente a 263.232 horas que ela também não possui controle algum, pois vendeu esse tempo a alguém. Adicione-se a isso o tempo dedicado as tarefas domésticas, a própria higiene, aos desperdícios diários no trânsito ou filas e chega-se a um total assustador de horas restantes de vida ociosa que poderia ser empregada para a conquista real da liberdade humana, ou seja, livrar-se da necessidade de estar presa a um ciclo sem controle. E é exatamente nessas horas restantes onde se gasta, pelo menos, 30% em relações improdutivas nas redes sociais, outros 20% (senão mais) em programas inúteis da televisão e talvez mais uns 40% na dedicação a atividades que não agregam nada de fato, como preocupar-se com os outros. Isso em nada ajuda aos "outros" também.

Tempo e Cérebro são os dois patrimônios mais preciosos de que dispomos. Parte do nosso tempo nós vendemos por que não capacitamos nosso cérebro. Parte importante do nosso tempo é dedicado as "atualizações" em perfis e compartilhamentos sem reflexões. Nesse ponto retorno ao fator educação por que as crianças atuais são como as de todas as eras, ou seja, copiam os hábitos dos adultos. Se uma criança vê sua mãe (ou pai) passar mais tempo com os dedos sobre um ecrã de um celular do que folheando as páginas de um livro, que tipo de adulto estarão os pais modelando? Se um professor estimula seus alunos a realizarem pesquisas em telas de computador e a digitar as informações para gravar em um disco rígido de computador, qual será o aprendizado real que o aluno obterá em seu cérebro? Nosso cérebro retém informações quando as gravamos nele e isso se obtém com a leitura e a escrita (manual!). Por que alunos que sempre obtiveram notas excelentes durante todo o tempo em que estiveram se preparando nas escolas são reprovados no vestibular e na vida profissional? Por que apenas se preparam para as provas, mas não experimentam o conhecimento de fato. As redes sociais também causam uma crise na identidade das pessoas. Quem somos de fato, já que precisamos ser tantas personagens expostas ao público? Por que, afinal, é tão importante que a minha rede saiba como acordei, como estou me sentindo ou o que estou sentindo? Que personagem sou hoje quando acordo e tenho necessidade de fazer um post?

Não há nada de ruim em se ter um celular, pelo contrário! Não há nada de ruim em se possuir contatos e estar conectado a eles, mas por que realmente o indivíduo sente essa necessidade? É o vazio... A lista de objetivos de uma pessoa viciada em redes sociais, por exemplo, é subjetiva! É mais fácil diluir-se no oceano que ser uma gota única. Ser extraordinário ou diferente parece ser solitário e isso assusta muita gente. É um medo tolo, pois é impossível estar só ou realmente ser solitário nos dias atuais. Geralmente solidão sentem as pessoas que, mesmo rodeadas pelos outros, não se encaixam no contexto, só que isso é muito fácil de solucionar. Difícil é resolver a solidão das pessoas dependentes de uma rede social para se sentirem menos ansiosas. Sua felicidade é uma lâmpada que se apaga quando se sai da rede e depois se acende no retorno. Isso não é felicidade. É ilusão de alegria!

As evoluções tecnológicas não foram bem administradas por nós. Não estamos mais inteligentes e nossa vida não se tornou melhor graças a elas, apenas estamos incrivelmente mais ocupados em virtude da incapacidade de melhor nos servirmos delas. Dificilmente essa reflexão irá mudar a opinião de quem já está dependente de uma dessas redes. Mas, ainda assim, eu faço um desafio a quem teve a disposição de ler esse registro até o final: fiquem três dias sem usar nenhum desses instrumentos, utilizem o celular apenas para sua função precípua, desliguem a televisão assim que o seu programa preferido terminar e descubram o que fazer (de melhor) com o tempo que lhes restará. Com certeza, alguém mais criativo decidirá ter um momento de diálogo com alguém de seu círculo de afeição e isso resultará em algo mais prazeroso do que a degeneração da linguagem habitual nas redes. Não vale ficar olhando o celular enquanto se está dialogando, isso é um insulto para o interlocutor, mesmo que este também seja um viciado em redes.

Publicado originalmente no Blog do Asno.

sábado, 8 de agosto de 2015

Recomendações aos filhos... dos Pais

Dia dos Pais - Blog do Asno
Há em nossa língua um substantivo masculino com apenas três letras, sendo duas vogais e uma única consoante. Tem seu significado abrangente para contextos diferentes, mas é muitas vezes uma das primeiras, quando não a primeira, palavra que aprendemos a pronunciar. Trata-se da palavra "Pai". É das mais fáceis em nossa pronúncia depois de "mama" e das mais emocionantes de se ouvir quando sai de lábios ainda tão pequenos e inocentes quanto os dos nossos filhos que a aprenderam antes mesmo dos primeiros passos. Do sentido da palavra "pai" podemos extrair outras propriedades. Dele podemos derivar outras palavras como "lealdade", "dedicação", "rigor", "disciplina" e "abnegação". Há 15 anos não posso permitir esse prazer ao meu pai já falecido de maneira trágica. Dizem que o tempo abranda as memórias ruins... Besteira! Apenas estanca o pranto e cicatriza o corte traumático. Porém, há outras coisas que a memória nos proporciona. No meu caso, guardo muitas! É fácil recordar cada detalhe especial do tempo que tive meu pai em minha vida.

Se eu simplesmente fechar os olhos e silenciar tudo a minha volta, consigo recordar o som dos seus passos dentro do nosso antigo lar. Passos calmos quando preparava o café para minha mãe, passos ligeiros quando se preparava para o trabalho e passos pesados quando me perseguia com um cinto na mão! Os mesmos passos também poderiam ser interrompidos por fortes dores quando chegava do trabalho e me via distraído sozinho com uma bola no quintal. Nessa hora, um esforço adicional dominava seus músculos e o obrigava e ensaiar alguns desajeitados chutes para me consolar. Lembro com facilidade também dos diversos aromas que o acompanhavam. O cheiro do suor forte após o tenso labor e o aroma do tabaco nos dedos robustos que preparavam o palheiro que serviria para relaxar depois do exagerado esforço diário para garantir o sustento do lar. Há outras recordações, é claro! Porém, são na maioria eventos que nós, enquanto filhos, nos esquecemos ou até desconhecemos pelo que os nossos pais tiveram que passar por nós.

O meu tempo de filho já terminou, já o meu tempo de pai... Me considero um privilegiado por ter recebido a honra de conhecer o significado dessa palavra ainda cedo e em tempo de reconhecer tudo o que meu pai representou para mim. Na ocasião em que entendi o que significava ser pai ele estava ao meu lado olhando comigo através de um vidro transparente a criança que dormia tranquila ainda no berço da maternidade. Era sua primeira neta e minha primeira filha. Todas as nossas diferenças enquanto pai e filho dissiparam-se inexplicavelmente. Um passou a respeitar e honrar ao outro. De novo eu assisti ao meu pai repetindo o que sempre havia feito por mim e entendi que uma força invisível nos obrigava a sermos provedores da nossa descendência custasse o que custasse. Foi incrível ouvir pela primeira vez a palavra "pai" escapando de uma boquinha tão pequena com um sorriso tão agradável. É uma experiência idílica! Depois disso, ouvir essa palavra novamente era como ouvir um mantra ordenando-me a submissão a todas as necessidades das minhas filhas.

Quando eu ainda era infante, meu pai significava uma fortaleza, um ancoradouro, uma rocha onde eu podia me esconder de qualquer coisa que me assustasse. Assim ele se tornou o modelo que eu quis seguir. Hoje eu sei que por trás daquela ideia de fortaleza havia uma fragilidade imensa, uma necessidade de aprovação inimaginável. Filhos passam muito tempo acreditando que gastam muita energia para ganhar o apreço e a aprovação dos pais, quando na realidade é justamente o oposto! Ainda guardo uma pequena lata toda enferrujada, mas que ainda é possível ler a mensagem nela escrita: "PAI, UMA LIÇÃO DE AMOR, UMA LIÇÃO DE VIDA". Vejo essa inscrição várias vezes por dia e em todos os dias e sei muito bem o que ela significa... Significa que ainda levará um tempo para que o meu papel como pai termine e que até que ele seja cumprido, minha missão é tornar-me o justo modelo e a perfeita referência necessária. Não o que minhas filhas esperam de mim, mas o que elas precisam de fato.

Aos pais, não se recomenda esperar recompensas, pois pode ser que ela surja até mesmo na forma do esquecimento. A glória dos pais não está na gratidão, mas sim, na vitória dos seus descendentes. O amor terno e puro de um pai significa a renúncia de si mesmo para ser a referência e não o protagonista. Não mais existimos para "sermos" e sim para cumprirmos com nossa tarefa sagrada. A todos os meus amigos que já são pais e também aqueles que não conheço, mas que se identificam com essas palavras, meus sinceros cumprimentos neste que não é dos mais importantes dias do ano (perde feio até para o dia de Finados!), e minhas recomendações a todos os filhos e filhas dos pais. Nilson Alves de Souza

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O retorno de um inimigo...

O Pior Inimigo - Arthur Sena Rios
Eu já havia me esquecido dele... Não pensava em sua influência como não pensei desde seu último ataque. As circunstâncias não mudaram. Esse inimigo tem formas variadas de atacar e sempre procura fraquezas em meu DNA. Enfrentei-o sozinho da última vez e o farei novamente. Da última vez, custou-me um dinheiro que eu não tinha e um tempo de que eu não dispunha. Preocupou algumas pessoas, eu sei... Também fez com que eu negligenciasse outras afim de não envolvê-las. Sou egoísta demais para aceitar que alguém se ocupe em pensar em meus problemas ou motivos para a solitude. Meu inimigo veio mais calmo dessa vez e numa roupagem mais amistosa, quase como um convite para um encontro pacífico! Porém, sei que ele retornou para uma segunda batalha e só me resta enfrentá-lo com a mesma altivez e arrogância da última vez. Tenho garantias da medicina de que minhas chances são maiores dessa vez e se eu o havia afrontado com desprezo em sua última visita, não será diferente agora. Essa batalha é só minha e também seu desfecho me pertence. É um direito que não compartilho com mais ninguém.

Um blog é um diário, dizem... Terapeutas recomendam o uso desse instrumento para várias finalidades. Sou avesso a terapias, mas sou viciado em escrever. Um blog é uma maneira de conversar quando se está só. De qualquer modo alivia bastante a vida de alguém, cujo vício é a escrita. Talvez registre cada episódio deste confronto, talvez escreva mais depressa o trabalho a que tenho me dedicado, a continuação de "Uma Vida e mais 99 Anos". Seja qual for o resultado, sairei vencendo...

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