sexta-feira, 11 de abril de 2014

A todos que nutrem amor pela Leitura e Escrita

Amor pela leitura e escrita - Sena Rios
Escritores compartilham de um desejo muito nobre que é o de dar aroma, cor, sabor, vida e sentido as suas palavras. Artistas em geral o fazem, não importa o meio que utilizem para conduzir seus sentimentos. Para se escrever uma história que desperte nos outros um interesse para ler é preciso que um escritor tenha experimentado a dor, a alegria, o êxtase, o sublime e o abissal. É preciso que tenha se embriagado com o licor da vitória e experimentado a amarga agonia do fracasso. Um escritor precisa ter saboreado o alívio após uma vicissitude e curvado o ego diante de uma humilhação. Também não é raro que se tenha encontrado ou perdido um grande amor.

Não se consegue escrever uma história boa, nem tampouco má. Histórias são histórias. Mas, não se consegue escrever uma história interessante sem conhecer certas minudências como o calor da areia ou a umidade do orvalho sob os pés. O calafrio ou a excitação. Sem ter gargalhado até a barriga doer com as brincadeiras inocentes dos infantes. Também, do mesmo modo, não se consegue escrever bem sem nunca conhecer o expressivo olhar decepcionado de um filho por uma impotência qualquer de seus genitores. Afinal, aos seus olhos os pais devem parecer sempre super-humanos. Escrever sobre a paixão é fácil, mas escrever sobre o amor é coisa para gigantes e moinhos. Por isso escrever é o mesmo que transpirar e chorar. As palavras escapam da mente como as lágrimas e o suor escapam ao corpo. Semelhante processo também ocorre com outras formas de excreção análogas.

Pode-se ler uma tela à óleo, pode-se ler um cantor que interpreta sua música. Escrever também é o mesmo que procriar, reproduzir, conceber e parir. Cada palavra é capaz de adquirir identidade e personalidade próprias, seja uma grafia, uma nota musical ou uma imagem. Cada união de sílabas nos torna cooperadores na invenção do universo e nos aproxima do divino e do sublime. Fez o verbo o mundo surgir e o verbo controla toda mudança no cosmos. Todos somos capazes de escrever, mas só o escritor, o artista, é capaz de animar as palavras e inspirar a vida dos seus leitores. Contudo, é inútil escrever sem que nossa alma receba o combustível necessário para a criação. As palavras escritas por quem não se nutre da leitura são inaproveitáveis na literatura ou na galeria da vida. Ler não nos serve apenas para engrossar nosso vocabulário, mas também para dar sentido ao que escrevemos.

Amigos que amam escrever para serem lidos, ouvidos, citados, recitados, ou apenas catalogados. Convido-os a pavimentarmos o mundo com nossas páginas sem nos ocuparmos com o destino de nossas palavras, senão apenas com o seu itinerário. Da mesma maneira, que o convite se estenda aos músicos e artistas plásticos que apenas empregam palavras em estados distintos. Avancemos todos! Que sejamos nós os primeiros a ouvirmos e reverenciarmos o que de nossa alma se extrai e continuemos a escrever em nossas páginas, telas ou pentagramas com canetas, pinceis ou paletas. Sucesso a todos que o desejam e glória para todos que ousarem.

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